Acompanhe a entrevista:
A rede 4G é uma geração, ela não vai acabar rapidamente, ainda teremos muitas aplicações no nível LTE. No entanto, teremos um grande impacto em relação a velocidade, latência e conectividade, como mostram os dados abaixo:
VELOCIDADE
- Velocidade de Pico 4G: 1000 Mbps
- Velocidade de Pico 5G: 20 Gbps (20x)
- Velocidade Média 4G: 71 Mbps
- Velocidade Média 5G: 1,4 Gbps
LATÊNCIA
- Latência em 4G: 20 ms
- Latência em 5G: 1 ms (20x)
- Isso representa uma experiência praticamente sem delays nos comandos, independentemente da distância.
CONECTIVIDADE
- Quantidade de Dispositivos suportados em 4G: ~ 3220 / Km²
- Quantidade de Dispositivos suportados em 5G: 1 milhão / Km² (~ 300x)
No ambiente industrial, qual será o maior impacto da rede 5G?
Entendemos que será um salto no que diz respeito a IoT (Internet das Coisas), uma vez que, no médio prazo, todos os equipamentos industriais virão equipados com links de comunicação e, muitos deles, serão a partir de chip de dados M2M a partir de 5G.
Quais os principais benefícios da rede 5G para a indústria?
Conectividade fácil. A ideia é que todos os ativos, seja um simples dispositivo ou um conjunto que tenha um link direto de dados a um provedor, por exemplo, em nuvem, possa se comunicar com o fabricante ou prestador de serviço em tempo real, sem infraestrutura interna na empresa, apenas usando a tecnologia 5G. Isso vai aumentar a eficiência produtiva e trará consigo um conjunto de oportunidades de negócios e novos empregos na área industrial.
Exemplo de Aplicação
Quais os ganhos para o setor de automação industrial com a implantação da rede 5G?
A automação tem sempre o viés do comando e controle. Agora que estamos de fato falando em comunicação de dados, o 5G acelerará esta questão. Já temos no mercado controladores com chip M2M integrado de dados e o 5G será comum nestes equipamentos. O maior ganho será a capacidade de comunicar dados em tempo real com uma infraestrutura mínima, permitindo aumento da gama de serviços e oportunidades na indústria.
Quais os países mais avançados em relação a rede 5G?
Países como Coreia do Sul, Alemanha e Reino Unido já têm esta tecnologia. No mundo, estamos avançando em regulações e aprovações governamentais, como é o caso do Brasil. O foco do 5G hoje é a conectividade de dados, ampliando a capacidade da informação — a questão da aplicação no ambiente industrial ainda está muito no início.
Há previsão da implantação da 5G no Brasil?
Estamos aguardando a liberação governamental, que deve sair por volta de fevereiro de 2021. Talvez ainda tenhamos problemas de aprovação durante o ano, mas é muito provável que já tenhamos a autorização em 2022. A tecnologia já existe e há testes bem avançados, mas ainda depende da liberação do governo.
Como a indústria deve se preparar para a chegada da 5G?
Será um processo, como sempre foi, arrastado pelas tecnologias dos smartphones. A 5G será mais barata por ponto, por isso será comum termos diversos equipamentos com chip de dados. A indústria se beneficiará a partir do momento em que forem criadas as aplicações de alta conectividade que o 5G permitirá — isso virá com o tempo mas será rápido.
Como será a evolução da tecnologia de redes móveis? O que vem depois da 5G?
Seria natural pensarmos em 6G, isso já existe tecnicamente, mas há uma distância da pesquisa até chegar na sociedade de consumo. No entanto, seguramente o 5G passará também pela evolução, e seria certo apostar que será mais rápido que o 4G.
Como o senhor vê o futuro da automação industrial?
É uma pergunta muito abrangente, sem uma resposta simples ou única. O fato é que a automação industrial será baseada em dados — a 5G será a ponte, não a única, mas será de alto impacto, com dados e conectividade. Seguramente teremos uma automação mais assertiva, customizada e de alto desempenho, além de permitir a inserção de profissionais de alta tecnologia no mercado, levando o nosso país a melhores resultados no ranking mundial de produtividade.