Essa é uma questão que surge com bastante frequência, seja durante a instalação de componentes, no projeto de novas máquinas, ou na reconstrução ou adaptação de equipamentos já existentes. Ao analisarmos os prós e contras do uso de lubrificação no ar comprimido, facilmente podemos concluir que é possível economizar tempo, dinheiro e, até mesmo, prevenir problemas. Porém, você deve verificar se existe a necessidade de lubrificação do componente antes de proceder a qualquer aplicação.
Nesse sentido, recomendamos que leia o manual ou consulte o fabricante de cada componente utilizado no circuito, pois uma simples alteração pode anular a sua garantia. Assim, é fundamental que você verifique todas as recomendações.
Caso necessite lubrificação, como devo proceder?
Caso a lubrificação seja necessária e recomendada, é preciso garantir o fornecimento da quantidade suficiente de óleo, de modo a criar uma fina película de lubrificante entre as superfícies de encaixe das partes móveis do seu componente.
Durante todo esse processo, deve levar em conta a especificação, instalação e ajuste correto do equipamento de lubrificação, assim como o uso do lubrificante certo para realizar esta tarefa com sucesso. Para isso, é importante que recorra novamente à informação disponibilizada pelo fabricante, assim conseguirá adequar corretamente as capacidades do produto aos requisitos da aplicação, além de prolongar a vida útil do componente pneumático.
Por outro lado, é preciso notar que algumas aplicações possuem ambientes extremos e requerem atenção especial para a lubrificação dos componentes. É o caso de ambientes com muito calor – em que as máquinas são sujeitas a lavagem para limpeza – ou em locais onde pode ocorrer contaminação química. Em ambos os casos, o lubrificante pode ser comprometido ou enxaguado e precisa ser substituído de forma regular.
Nessas situações, a lubrificação ajuda a prolongar a vida útil do componente pneumático.
E se não tiver mais a informação do fabricante?
Se nada indica que a lubrificação deve ser usada, é importante que considere as consequências primeiro.
Os lubrificadores standard, por exemplo, são ajustados com base na contagem do número de gotas por minuto, que podem ser monitoradas através de um visor, e corrigidos com uma válvula reguladora (presente no lubrificador) enquanto a máquina se encontra em funcionamento.
Na verdade, quantas gotas por minuto são necessárias é muitas vezes uma questão de imaginação e não de experiências baseadas na demanda de pico de fluxo de ar, na distância que a lubrificação tem que percorrer ou, ainda, na natureza das necessidades de lubrificação do equipamento. Por isso, a lubrificação excessiva é realizada com bastante frequência.
O resultado disso é o excesso de lubrificante ficar por baixo de máquinas e no ar ao seu redor. No entanto, se o lubrificador for ajustado abaixo do necessário, podem ocorrer danos na máquina por falta de lubrificação.
É importante entender que o óleo deve ser visto como uma substância perigosa e não controlada. Além do risco de acidentes e contaminação do ambiente, pode influenciar de forma negativa a nossa saúde. Mesmo que os lubrificantes estejam sendo aplicados corretamente e o excesso de óleo não seja aparente na atmosfera, há sempre partículas do mesmo flutuando no ar.
Outra consequência a ser considerada é o uso de óleo incorreto ou quando alguém não abastece os lubrificadores no tempo certo. Nesse caso, o resultado são danos no equipamento.
Já em ocasiões em que a lubrificação é aplicada e os lubrificadores estão ajustados incorretamente, os resultados podem ser tão dispendiosos quanto os resumidos na tabela disponível abaixo.
Se o seu processo de avaliação incluiu uma revisão das recomendações do fabricante e não existem condições ambientais que possam lavar ou degradar a lubrificação ao longo do tempo, então que outras opções estão disponíveis?
A solução está nos componentes que utiliza
A grande maioria dos componentes pneumáticos atuais não necessita de lubrificação adicional e requer um uso menor de energia do que seus antecessores. Os atuadores lineares pneumáticos, por exemplo, incorporam vedações especiais que armazenam resíduos, podendo permanecer por dezenas de milhões de ciclos sem lubrificação adicional.
Também o design da válvula de controle direcional evoluiu, de modo a prolongar a vida útil do componente para dezenas de milhões de ciclos, ao mesmo tempo em que reduz o consumo de energia para frações de um Watt.
Ao projetar novos equipamentos, a escolha é clara: utilize componentes que não requerem lubrificação, pois além de ser uma forma de economizar dinheiro, certamente é a opção mais ecológica.
E se o seu sistema atual já estiver usando lubrificadores e você tiver a intenção de resolver os problemas de saúde ambiental e de custo, mas não tem recursos ilimitados para modernizar cada máquina?
A ação imediata para ajudar a limpar o ar pode ser tomada através de um filtro na exaustão (série AMC da SMC). Este tipo de produto pode coletar o ar de exaustão de válvulas (simples ou múltiplas) e reclassificar o ar, removendo a maior parte dos resíduos de óleo microscópicos antes de lançá-lo à atmosfera.
Os filtros de exaustão têm um propósito útil em aplicações onde a lubrificação não pode ser evitada, e para evitar os efeitos nocivos e dispendiosos da lubrificação desnecessária.
Nesse sentido, a resposta à pergunta “lubrificar ou não lubrificar?” começa com a revisão das condições e práticas atuais, assim como em seus esforços para tornar o ambiente mais saudável e menos dispendioso de manutenção.
Para isso, é importante que tome decisões informadas no design e nas práticas de manutenção da sua máquina. Se tiver dúvidas em relação a esse assunto, entre em contato com a nossa equipe, que está plenamente capacitada para ajudá-lo. O uso de boas práticas vai melhorar a qualidade do ar da sua indústria, além de reduzir os custos de manutenção. É uma conta onde todos saem ganhando.